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20 de junho de 2014

O Trabalho entre os Ribeirinhos em Santarém - PA.


"Os Ribeirinhos são remanescentes da era da borracha que vieram do nordeste em busca de trabalho. A borracha findou e estes ficaram na Amazônia, onde formaram famílias e comunidades.  Por morarem nas margens dos rios, são chamados de Ribeirinhos. Hoje estima-se ter mais de 35 mil comunidades na Amazônia.
Quanto as escolas ribeirinhas, hoje graças ao bom Deus e aos prefeitos a grande maioria está em ótimas condições. Boa estrutura, boas salas, salas de informática e merenda escolar. Na maioria das comunidades só existe  até a quarta série, então se deslocam até outras comunidades onde tem até a oitava. A prefeitura freta barcos que fazem o transporte.

A dificuldade é na época das cheias dos rios, pois muitas escolas ficam alagadas, impedindo assim as aulas. Mas ainda existem escolas precárias e muito quentes, obrigando os professores a colocarem as carteiras debaixo de árvores. 

Um dos nossos objetivos, quando começamos a implantação de uma nova igreja em comunidades ribeirinhas é alcançar os professores, que na maioria vem da cidade, alguns poucos da própria comunidade tem oportunidade de estudar fora, e voltarem para lecionar.
Os alcançando portas são abertas dentro da escola. Mas sempre temos a oportunidade de participar da escola, principalmente em feriados e datas comemorativas que levamos das igrejas de Santarém, jovens que levam, música, brincadeiras e ensinos bíblicos. Criança alcançada, famílias alcançadas.
Vou relatar um breve testemunho. Começando a implantação da igreja na comunidade São Miguel, uma menina de 5 anos ao término de um estudo, agarrou minhas pernas e disse: "Missionário quero aceitar Jesus". O pai dela se levantou na frente de todos os presentes, umas 120 pessoas e disse: "minha filha, você nem sabe o que é isto", ela respondeu: "sei sim papai. Quero aceitar Jesus para levar ele para casa, para ver se o senhor e a mamãe parar de brigar", enfim pai e mãe também aceitaram Jesus."



Escrito por Missionário "Luis Carlos Ferreira" - Missionário em Santarém - PA e região. 





19 de junho de 2014

Estruturas das escolas Ribeirinhas.

Durante muitos anos as escolas ribeirinhas eram nas casas de palha (tipo quiosque), mas hoje as escolas tem estruturas parecidas com as da zona urbana. 
Com salas de aula, banheiros, cozinha, sala do diretor, depósitos e até ginásios (dependendo da comunidade).
As escolas dos Ribeirinhos estão ganhando uma estrutura mais completa, com mais materiais pedagógicos e profissionais com maior capacitação para ensina-los.

Sala de mídia.

Na escola onde trabalhei, no ano passado inauguramos uma sala de mídia, com computadores, data show, ventiladores e acesso à internet (mesmo que limitado).
Atualmente ela está ganhando uma reforma nas salas, cozinha e banheiros.
O ideal era que essas escolas da região do Amazonas, tivessem uma ventilação melhor, com ar condicionado, mas a energia elétrica ainda tem sido um problema.
A energia elétrica é um privilégio que chegou nessas comunidades em 2008. Facilitando a vida escolar e da comunidade. 


Sala de aula dos alunos de 6º ao 9º ano.

A energia elétrica ainda é precária  por atravessar rios e florestas. Quando tem temporais, geralmente, a energia acaba faltando e dificultando o bom funcionamento da escola; pois sem energia não tem nem condições de puxar a água do poço, e sem água não dá pra fazer merenda ou utilizar os banheiros.
Apesar de estarem próximo do rio, a água utilizada é de poço, e tem todo um tratamento para evitar doenças.
Com o passar dos anos, o governo tem investido e tem olhado para as escolas Ribeirinhas com mais atenção.
Assim, a Educação Brasileira avança com mais qualidade e produtividade.


Por: Flávia Moro Fernandes Santarém.






16 de junho de 2014

Transporte na Educação dos Ribeirinhos.


Uma das Faces da Educação no Brasil é entre os "Povos Ribeirinhos" no Amazonas.
Uma educação onde o transporte é bem diferente do que estamos acostumados.
Hoje, depois de muitos anos de dificuldades, são barcos  grandes, seguros e rápidos que levam todos os dias as crianças e adolescentes para a escola mais próxima de sua casa.
Barcos com proteção do sol, das chuvas e com coletes salva-vidas para todos os alunos. 









Durante muitos anos o transporte era a maior dificuldade para ir à escola.
Muitos iam remando nas suas canoinhas de madeira, por horas - revezando entre colegas, sem nenhuma proteção do sol ou da chuva. 
E quando o rio seca, os alunos tem que andar pelo meio da floresta ou pelas beiras, onde o rio antes estava, enfrentando lama, bichos peçonhentos e o sol escaldante.





Nesta comunidade onde vivi, durante muitos meses não tivemos dificuldades de transporte.
Mas se um dia eles estragam; a ida à escola se torna difícil outra vez.
Quando uma peça do motor estragou, ficamos meses indo à escola com um barco mais precário. Um barco de alumínio, com motor "rabeta" e sem cobertura.
Certo dia, ao levarmos as crianças pra casa, o tempo estava se formando pra chuva, e o rio ficou bem agitado, com ¨banzeiros" e ventos muito fortes.
Durante a viagem o medo tomou conta de todos os alunos, da professora (eu) e do condutor.
Ainda não tinha enfrentado o rio agitado num barco pequeno desse. 



No barco grande em mais ou menos quinze minutos faríamos esse trajeto, mas com o barco de alumínio com motor "rabeta" fizemos em uma hora ou mais, pois os "banzeiros" do rio estavam muito agitados e faziam com que atrasasse a viagem.

E, assim, enfrentamos a tempestade.
Com a proteção de Deus, todos chegaram "são e salvos" em suas casas, mas com a certeza que com esse transporte não enfrentaríamos o rio novamente.




Depois daquele dia, o diretor da escola decidiu esperar o concerto do barco, pois não queria que as crianças passassem por esse perigo.
Muitos podem pensar: "Mas eles não tem seu próprio transporte, seu próprio barco? Por que não o usam?"
Sim, muitos tem seu próprio barco, mas na maioria das vezes não tem o combustível. 
Então o jeito seria ir remando.



Hoje em dia, enfrentar o rio a remo é muito mais complicado e perigoso. 
As pessoas já perderam o hábito, os pais geralmente trabalham na roça ou pescando e tem problemas de saúde.
Além desses fatores, o tráfego no rio aumentou, trazendo muitos barcos maiores e potentes que se tornam um perigo para pequenas embarcações.


Por: Flávia Moro Fernandes Santarém.







Dicionário:


Motor Rabeta: Tipo de barcos com motor e hélice traseira, não muito funda, usado em rios de pouca profundidade. Motor à gasolina ou à óleo diesel, com uma haste comprida e hélice na ponta.


Banzeiros: Ondas formadas pelo vento ou por outras embarcações.