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23 de junho de 2014

Reconhecimento das Populações Tradicionais: Ribeirinhos

"As populações tradicionais, entre elas os ribeirinhos, foram reconhecidas pelo Decreto Presidencial nº 6.040, assinado em 7 de fevereiro de 2007, nele o Governo Federal reconhece, pela primeira vez na história, a existência formal de todas as chamadas populações muito tradicionais.
Ao longo dos seis artigos do decreto, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), o Governo amplia o reconhecimento que havia sido feito parcialmente, na Constituição de 1988, aos indígenas e aos quilombolas.
Assim, todas as políticas públicas decorrentes da PNPCT beneficiarão oficialmente o conjunto das populações tradicionais, incluindo ainda faxinalenses (que plantam mate e criam porcos), comunidade de "fundo de pasto", geraizeiros (habitantes do Sertão), pantaneiros, caiçaras (pescadores do mar), ribeirinhos, seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco de babaçu e ciganos, entre outros.
Segundo Joshua Project, os povos Ribeirinhos no Brasil somam umas 6.513.000 pessoas."






Fontes:
  • Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ribeirinhos
  • http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6040.htm


20 de junho de 2014

O Trabalho entre os Ribeirinhos em Santarém - PA.


"Os Ribeirinhos são remanescentes da era da borracha que vieram do nordeste em busca de trabalho. A borracha findou e estes ficaram na Amazônia, onde formaram famílias e comunidades.  Por morarem nas margens dos rios, são chamados de Ribeirinhos. Hoje estima-se ter mais de 35 mil comunidades na Amazônia.
Quanto as escolas ribeirinhas, hoje graças ao bom Deus e aos prefeitos a grande maioria está em ótimas condições. Boa estrutura, boas salas, salas de informática e merenda escolar. Na maioria das comunidades só existe  até a quarta série, então se deslocam até outras comunidades onde tem até a oitava. A prefeitura freta barcos que fazem o transporte.

A dificuldade é na época das cheias dos rios, pois muitas escolas ficam alagadas, impedindo assim as aulas. Mas ainda existem escolas precárias e muito quentes, obrigando os professores a colocarem as carteiras debaixo de árvores. 

Um dos nossos objetivos, quando começamos a implantação de uma nova igreja em comunidades ribeirinhas é alcançar os professores, que na maioria vem da cidade, alguns poucos da própria comunidade tem oportunidade de estudar fora, e voltarem para lecionar.
Os alcançando portas são abertas dentro da escola. Mas sempre temos a oportunidade de participar da escola, principalmente em feriados e datas comemorativas que levamos das igrejas de Santarém, jovens que levam, música, brincadeiras e ensinos bíblicos. Criança alcançada, famílias alcançadas.
Vou relatar um breve testemunho. Começando a implantação da igreja na comunidade São Miguel, uma menina de 5 anos ao término de um estudo, agarrou minhas pernas e disse: "Missionário quero aceitar Jesus". O pai dela se levantou na frente de todos os presentes, umas 120 pessoas e disse: "minha filha, você nem sabe o que é isto", ela respondeu: "sei sim papai. Quero aceitar Jesus para levar ele para casa, para ver se o senhor e a mamãe parar de brigar", enfim pai e mãe também aceitaram Jesus."



Escrito por Missionário "Luis Carlos Ferreira" - Missionário em Santarém - PA e região. 





19 de junho de 2014

Quem são os ribeirinhos?

Os ribeirinhos são pessoas simples e humildes que vivem às margens dos rios.
Existem muitos ribeirinhos espalhados pelo Brasil. 
Sua grande maioria encontra-se nas regiões da Amazônia.


Os ribeirinhos:


"São populações tradicionais que têm suas vidas inseridas num modo peculiar de viver,trabalhar e construir saberes. Este modo de vida é marcado por uma cultura diferenciada,caracterizada principalmente pelo contato com as águas, terras e floresta (FERREIRA, 2008)."


 "São homens e mulheres que decidem o que manter, criar e desenvolver em cada ecossistema, por meio de um conjunto de recursos, técnicas e ricas estratégia (AMÂNCIO,2000), eles são camponeses amazônicos possuidores de uma vasta experiência na utilização e conservação da biodiversidade e da ecologia dos ambientes onde vivem e trabalham (BARREIRA, 2007)."


"São uma população tradicional que residem nas proximidades dos rios e têm a pesca artesanal como principal atividade de sobrevivência Cultivam pequenos roçados para consumo próprio e também podem praticar atividades extrativistas." (Wikipédia)


Os ribeirinhos vivem da caça, da pesca e da agricultura.
Os peixes mais consumidos são: pacu, tucunaré, tambaqui, sardinha, piranha, entre outros.
Algumas vezes a pescaria é feita de tarrafa (essas redes que são jogadas pelo pescador). 
Outras vezes são feita de caniço (vara de pesca) na beira do rio; ou com arpão e à noite, "fisgando" os peixes com ele; ou com malhadeira - uma rede que fica presa entre duas varas num igarapé - a espera que entre um cardume de peixe e alguns fiquem presos.

Cebolinha verde

Dependendo da região em que se encontram,a produção agrícola é de pouca produtividade, pois a terra é arenosa e com muitas pragas; dificultando assim a produção de alimentos variados.

Coentro
Em sua maioria, os ribeirinhos tem pequenas hortas, suspensas do chão, feitas em barcos velhos ou caixas de madeira.
Com temperos como: chicória, cebolinha verde, coentro e pimentas de espécies variadas.

Buriti
As frutas da região e nativas são muitas vezes a única fonte de alimentação do dia de um ribeirinho. 
São elas: ingá, buriti, tucumã, açaí, cupuaçu, graviola, entre outras.
Com as frutas eles fazem doces, sorvetes, cremes, sucos, entre outras delícias típicas.

Açaí
A farinha de mandioca é a comida indispensável na mesa do ribeirinho, juntamente com peixe, feijão e arroz.
Até mesmo farinha com açaí muitos ribeirinhos gostam de comer. 


Suas casas geralmente são feitas de madeira sobre esteios suspensas do chão. Elas são construídas dessa maneira por causa das cheias dos rios, as quais muitas vezes são invadidas pelo mesmo.

São conhecidas também como "palafitas". 
Na época das enchentes, eles sobem o piso (assoalho) das casas.


Mas em algumas comunidades as casas estão sendo construídas de alvenaria, geralmente as que ficam mais afastadas do rio, ou constroem o primeiro piso de alvenaria e o segundo de madeira.


Para o transporte, o meio mais utilizado é o barco. Existem vários tipos: canoa pequena (usada com remo), canoas de madeira, alumínio ou fibra (usadas com motor rabeta ou de popa).
O rio é a estrada do ribeirinho.


Muitas vezes uma "estrada" perigosa, dependendo da época do ano, ou do horário do dia e também do tráfego, o rio se torna muito agitado, com "banzeiros" fortes e perigosos, que causam medo e acidentes.



A travessia do rio é sempre imprevisível, ora ele está calmo e "liso" como um espelho, ora ele está agitado e turbulento.
A maioria dos Ribeirinhos não possuem coletes salva-vidas e muitas vezes são crianças que pilotam os barcos.


O rio é tudo para o Ribeirinho, nele as mulheres lavam roupas em mesas de madeira feitas nas beiras do rio, ou em balsas pequenas (tipo jangadas) de madeira que ficam presa em paus fincados na areia.


Enquanto as mães lavam roupas no rio, as crianças aproveitam pra brincar e pra tomar banho.
Nem todos possuem banheiros em casa pra tomar banho, a grande maioria toma banho no rio mesmo.
E isso acaba se tornando diversão para as crianças.

Apesar de passarem por muitas dificuldades, enfrentarem muitos perigos e terem pouco recursos e conforto; o povo Ribeirinho é alegre, hospitaleiro, gentil, batalhador e simples.


Por: Flávia  Moro Fernandes Santarém.

Citações - Fonte:
  1.  Jarliane da Silva Ferreira: ESCOLA RURAL/RIBEIRINHA, CURRÍCULO E INTERCULTURALIDADE: UM PROJETO POSSÍVEL?  http://www.gepec.ufscar.br/textos-1/seminarios/seminario-2013/4.-educacao-do-campo-escola-c...




Os primeiros professores.

Na comunidade onde vivi e praticamente em todo aquele braço do Rio Negro - o Rio Tarumãzinho; os Ribeirinhos tiveram seu primeiro contato com a "escola" ou com a "educação formal" através de Missionários Evangélicos Estrangeiros.
Ao subirem rio acima, pregando o Evangelho, em seu barco-casa, os missionários ensinavam os Ribeirinhos a ler e a escrever. Os mais antigos ou os primeiros moradores foram alfabetizados pelos missionários.

Aulas de Reforço - realizadas por Missionários.


Durante muito tempo foram os missionários evangélicos os professores daquela região. 
Há alguns anos, o governo municipal fundou as escolas em cada comunidade, mas os missionários continuaram dando aulas de reforço para as crianças, adolescentes e dando aulas para os adultos que ainda não tinham sido alfabetizados.

Missionária voltando das aulas

Atualmente essa tarefa tem sido somente das escolas.
Os Ribeirinhos, porém, não esquecem quem foram os seus primeiros professores.


Por: Flávia Moro Fernandes Santarém.

16 de junho de 2014

Transporte na Educação dos Ribeirinhos.


Uma das Faces da Educação no Brasil é entre os "Povos Ribeirinhos" no Amazonas.
Uma educação onde o transporte é bem diferente do que estamos acostumados.
Hoje, depois de muitos anos de dificuldades, são barcos  grandes, seguros e rápidos que levam todos os dias as crianças e adolescentes para a escola mais próxima de sua casa.
Barcos com proteção do sol, das chuvas e com coletes salva-vidas para todos os alunos. 









Durante muitos anos o transporte era a maior dificuldade para ir à escola.
Muitos iam remando nas suas canoinhas de madeira, por horas - revezando entre colegas, sem nenhuma proteção do sol ou da chuva. 
E quando o rio seca, os alunos tem que andar pelo meio da floresta ou pelas beiras, onde o rio antes estava, enfrentando lama, bichos peçonhentos e o sol escaldante.





Nesta comunidade onde vivi, durante muitos meses não tivemos dificuldades de transporte.
Mas se um dia eles estragam; a ida à escola se torna difícil outra vez.
Quando uma peça do motor estragou, ficamos meses indo à escola com um barco mais precário. Um barco de alumínio, com motor "rabeta" e sem cobertura.
Certo dia, ao levarmos as crianças pra casa, o tempo estava se formando pra chuva, e o rio ficou bem agitado, com ¨banzeiros" e ventos muito fortes.
Durante a viagem o medo tomou conta de todos os alunos, da professora (eu) e do condutor.
Ainda não tinha enfrentado o rio agitado num barco pequeno desse. 



No barco grande em mais ou menos quinze minutos faríamos esse trajeto, mas com o barco de alumínio com motor "rabeta" fizemos em uma hora ou mais, pois os "banzeiros" do rio estavam muito agitados e faziam com que atrasasse a viagem.

E, assim, enfrentamos a tempestade.
Com a proteção de Deus, todos chegaram "são e salvos" em suas casas, mas com a certeza que com esse transporte não enfrentaríamos o rio novamente.




Depois daquele dia, o diretor da escola decidiu esperar o concerto do barco, pois não queria que as crianças passassem por esse perigo.
Muitos podem pensar: "Mas eles não tem seu próprio transporte, seu próprio barco? Por que não o usam?"
Sim, muitos tem seu próprio barco, mas na maioria das vezes não tem o combustível. 
Então o jeito seria ir remando.



Hoje em dia, enfrentar o rio a remo é muito mais complicado e perigoso. 
As pessoas já perderam o hábito, os pais geralmente trabalham na roça ou pescando e tem problemas de saúde.
Além desses fatores, o tráfego no rio aumentou, trazendo muitos barcos maiores e potentes que se tornam um perigo para pequenas embarcações.


Por: Flávia Moro Fernandes Santarém.







Dicionário:


Motor Rabeta: Tipo de barcos com motor e hélice traseira, não muito funda, usado em rios de pouca profundidade. Motor à gasolina ou à óleo diesel, com uma haste comprida e hélice na ponta.


Banzeiros: Ondas formadas pelo vento ou por outras embarcações.