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23 de junho de 2014

O que os Especialistas dizem sobre os Ribeirinhos e a Educação.

"Uma cultura que, frequentemente, não é valorizada e é até mesmo pouco estudada. O currículo das escolas ribeirinhas necessita contemplar elementos de compreensão dessa realidade por elas vividas. Trata-se de uma escola que tem suas diferenças, suas características, suas marcas, e que precisa ser respeitada enquanto escola que abriga um outro modo de viver as relações pedagógicas e cujo currículo precisa voltar-se para suas necessidades cotidianas (VICTÓRIA, 2008, p. 77)."




"Os/as educandos/as da escola são crianças e jovens que têm suas vidas inseridas num modo peculiar de viver, trabalhar e estudar. Este modo de vida é marcado por uma cultura diferenciada, caracterizada principalmente pelo contato com as águas, de onde retiram o sustento para eles e suas famílias. Muitas destas crianças já começam a lidar com a pesca e a agricultura desde muito cedo, ajudando seus pais e com entusiasmo, participam do sustento diário de suas famílias. São ribeirinhos: denominação que é geralmente usada para caracterizar os “pequenos produtores que têm nas terras de várzea o seu espaço social organizado [...]. Diferencia-se do pequeno produtor da terra firme, não só por ocupar um espaço físico diferente, mas também por sua relação com a terra” (CHAVES, 1990, p. 25) e com a água."



"Barreira (2007) afirma que este caboclo/ribeirinho, camponês da Amazônia, possui uma singularidade construída e reconstruída neste amplo contexto que envolve terra, floresta e água. [...] esta singularidade oferece uma gama complexa e rica de fatos, apresentando uma realidade prenhe de significados sociais. [...] Principal ancestral os “índios das águas” [...] possuidor de um capital social que torna parte de um agrupamento humano bem-sucedido nos seus processos adaptativos. A adaptação é constituída na compreensão correta da relação entre o tempo de abundancia e o da escassez principalmente, na articulação do meio ambiente com o “ciclo das águas” (p. 12).Estes sujeitos retiram seus sustentos das águas, da floresta, caracterizando assim uma auto-sustentação ligada a um equilíbrio e respeito ao tempo da própria natureza. Muitas vezes este tempo não é entendido pelo homem que não vive neste contexto – que chama os ribeirinhos de preguiçosos, atrasados, descansados. Ocorre o contrário: estes homens sabem e respeitam o tempo das águas, o tempo da desova, o tempo de descanso da terra; conhecem o enriquecimento do solo nas terras de várzea após as enchentes. “A relação homem-natureza é tecida em uma perfeita simbiose, em um ‘delicado equilíbrio entre a vida humana e a biodiversidade’” (BARREIRA, 2007, p. 11)."




"A escola que nasce e se desenvolve nesses territórios possui extrema importância para a reprodução social das populações ribeirinhas que ocupam as margens dos diversos rios de águas da bacia do Amazonas (FABRÉ, et al, 2007). Apesar da peculiaridade e riqueza dessas localidades, marcada pela subida e descida das águas, a política de educação escolar tem sido predominantemente pautada no modelo urbanocêntrico e reproduzindo fortemente a desvalorização do modo de vida ribeirinho, reforçando o êxodo rural. Essa desvalorização, marcada pela pouca atuação do Estado, há um considerável índice de jovens e adultos não alfabetizados de pessoas com tempo de escolaridade inferior a quatro anos."



"Este homem vive e pensa o tempo presente e futuro com esperança de terra boa para plantio, de águas não muito altas em tempos de enchente. E vive nesta “terra/água” com resistência, garantindo a continuidade das suas futuras gerações."

Estas reflexões são muito importantes para podermos entender o povo Ribeirinho, suas necessidades, sua maneira de viver; e assim, ajuda-los na sua busca de novos conhecimentos e aprendizados, respeitando seus saberes e sua simplicidade.

Por: Flávia Fernandes Santarém.

Fontes:

  • Jarliane da Silva Ferreira :ESCOLA RURAL/RIBEIRINHA, CURRÍCULO E INTERCULTURALIDADE: UM PROJETO POSSÍVEL? http://www.gepec.ufscar.br/textos-1/seminarios/seminario-2013/4.-educacao-do-campo-escola-c... 

19 de junho de 2014

Estruturas das escolas Ribeirinhas.

Durante muitos anos as escolas ribeirinhas eram nas casas de palha (tipo quiosque), mas hoje as escolas tem estruturas parecidas com as da zona urbana. 
Com salas de aula, banheiros, cozinha, sala do diretor, depósitos e até ginásios (dependendo da comunidade).
As escolas dos Ribeirinhos estão ganhando uma estrutura mais completa, com mais materiais pedagógicos e profissionais com maior capacitação para ensina-los.

Sala de mídia.

Na escola onde trabalhei, no ano passado inauguramos uma sala de mídia, com computadores, data show, ventiladores e acesso à internet (mesmo que limitado).
Atualmente ela está ganhando uma reforma nas salas, cozinha e banheiros.
O ideal era que essas escolas da região do Amazonas, tivessem uma ventilação melhor, com ar condicionado, mas a energia elétrica ainda tem sido um problema.
A energia elétrica é um privilégio que chegou nessas comunidades em 2008. Facilitando a vida escolar e da comunidade. 


Sala de aula dos alunos de 6º ao 9º ano.

A energia elétrica ainda é precária  por atravessar rios e florestas. Quando tem temporais, geralmente, a energia acaba faltando e dificultando o bom funcionamento da escola; pois sem energia não tem nem condições de puxar a água do poço, e sem água não dá pra fazer merenda ou utilizar os banheiros.
Apesar de estarem próximo do rio, a água utilizada é de poço, e tem todo um tratamento para evitar doenças.
Com o passar dos anos, o governo tem investido e tem olhado para as escolas Ribeirinhas com mais atenção.
Assim, a Educação Brasileira avança com mais qualidade e produtividade.


Por: Flávia Moro Fernandes Santarém.